O setor de seguros é definitivamente um dos mais rentáveis do Brasil. Apesar do fato de que o brasileiro ainda não tem realmente um costume de contratar esse tipo de produto, exceto o de automóvel, o segmento é conhecido por movimentar muito dinheiro e ser estável, pois sempre será contratado conforme o passar do tempo, já que sempre é necessário e nunca sai de moda.
De acordo com a nova publicação da Conjuntura CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) nº 64, o crescimento da procura por seguros para proteger patrimônios, vida e renda cresceu 11,9%, totalizando R$ 306,4 bilhões (sem contar o ramo de Saúde e seguro DPVAT).
Felizmente, o ramo de seguros, apesar de tradicional, não se mantém amarrado a metodologias retrógradas e ultrapassadas. Com a expansão da tecnologia, esse mercado tem se adaptado e adotado novas técnicas, desenvolvido novos produtos e novos tipos de empresa tem surgido.
As insurtechs, que são startups dedicadas a desenvolver soluções tecnológicas para aprimoramento do desempenho de seguradoras e corretoras de seguros vem demonstrando um crescimento animador.
Hoje, o Brasil é líder de empresas desse tipo na América Latina. Das 351 insurtechs localizadas nessa região, 169 estão no nosso país. Logo, pode se perceber que somos uma nação com grande capacidade de expansão desse serviço, além de termos um público realmente interessado nessa área.
Sabendo disso, podemos entender melhor o que é o tão discutido por grandes nomes do mercado segurador, Open Insurance. Semelhante ao Open Finance, é uma iniciativa que busca possibilitar que os mais variados clientes permitam o compartilhamento de seus dados entre seguradoras, insurtechs, corretoras e outras entidades do ramo registradas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados).
O debate sobre o assunto surgiu por volta do segundo semestre de 2021. A ideia surgiu na tentativa de tornar o mercado de seguros mais livre, com troca de informações entre empresas do ramo de forma consensual e respeitosa com os clientes, para que fossem desenvolvidas novas ofertas que conseguissem resolver dores ainda não solucionadas de seus clientes e o setor pudesse cooperar de forma eficiente entre si.
Logo, com o Open Insurance, caso um cliente autorize, os dados que estiverem disponíveis no sistema de uma determinada seguradora, poderão rapidamente ser consultados por uma concorrente. Muito semelhante ao Open Finance, só que neste caso, seus dados que poderiam ser acessados seriam referentes a renda e perfil de crédito, sinistros, histórico de pagamentos etc.
Apesar de estar sendo debatido há mais de um ano, o Open Insurance ainda está em constante construção e evolução. Separado em três fases, esse sistema só deverá chegar ao fim em junho de 2023, com o cronograma de sua implementação validado e sendo mostrado no site da Susep. Veja:
Fase 1: Open Data
Iniciada em dezembro de 2021, o Open Insurance começou com processo de implantação dos requisitos, quando as seguradoras, insurtechs e corretoras começaram a compartilhar seus dados referentes aos produtos comercializados e seus principais canais de atendimento. Nesse primeiro momento é que começaram a ser projetados e desenvolvidos novos produtos, com as comparações feitas pelas próprias seguradoras.
Por conta da burocracia e por muitas empresas se sentirem receosas e sem entender muito bem o que era aquele processo, esta fase se estendeu até junho de 2022.
Fase 2: Compartilhamento de dados dos clientes
Nessa etapa iniciada em setembro de 2022, começou o momento de os clientes passarem a compartilhar seus dados com as empresas. No caso, as seguradoras precisaram correr atrás de explicar ao público o que é o Open Insurance e os benefícios que poderiam ser trazidos com essa inovação tecnológica.
O cliente, por meio de um aplicativo de seu smartphone, pode facilmente escolher a empresa, seja ela insurtech, corretora ou seguradora, que possui a melhor opção para que suas necessidades sejam devidamente atendidas e assim, compartilhar suas informações com ela, de maneira segura e sem riscos de vazamentos.
O grande diferencial da fase 2 é realmente o fato de que ela foi feita para que as empresas disputem os clientes e possam assim oferecer cada vez mais produtos personalizados e eficientes. Por conta da abrangência desse tipo de etapa, a segunda fase do Open Insurance deve se estender até junho de 2023.
Fase 3: Compartilhar serviços
Inicialmente prevista para iniciar e terminar no último mês de 2022, essa fase provavelmente só será devidamente encerrada em junho de 2023, tornando o Open Insurance um processo de quase dois anos de duração.
Somente em dezembro é que os clientes que tiverem compartilhado seus dados com as seguradoras e empresas do ramo no geral terão acesso a conhecer e contratar os novos produtos oferecidos por essas marcas. Será a partir desse momento que poderemos dizer que o Open Insurance iniciará de verdade, já que teremos uma alta de contratações de produtos de vários tipos e o mercado de seguros deve movimentar ainda mais recursos do que temos visto nos últimos tempos.
Soluções como marketplaces que agreguem produtos de várias empresas do segmento em uma única plataforma, novos serviços de notificação de sinistros e portabilidade de previdência e aplicativos que foquem em unir dados de um cliente de diversas seguradoras devem ficar em alta a partir do fim do ano.
Entretanto, alguns especialistas dizem que por conta de algumas inseguranças econômicas que ainda rondam o Brasil e pela dificuldade de expansão de uma inovação tecnológica em um país tão grande, talvez os consumidores só comecem a sentir verdadeiramente os benefícios trazidos pelo Open Insurance em 2024.
Algumas seguradoras, especialmente as de pequeno e médio porte, ainda terão uma longa caminhada de organização de dados e até que possam estar devidamente prontas para o lançamento de novos produtos e serviços que atendam a necessidade de seus clientes, levarão alguns meses.
O Open Insurance baseou-se em preceitos trazidos pelo Open Finance para estabelecer essa inovação mercadológica no mercado de seguros. Desde suas fases até seus benefícios e normas, esse recurso buscou se inspirar nesse sistema de sucesso para trazer melhorias a vida de seus clientes e profissionais de mercado. Clique aqui e conheça o que é o Open Finance e suas principais vantagens.